Com a dificuldade do mercado que ainda se recupera de uma crise, os aplicativos de transportes como o Uber vêm trazendo uma ajuda a uma boa parcela da população. Segundo dados do Instituto Locomotiva, 5,5 milhões de profissionais estão cadastrados em aplicativos de serviços de transporte, sendo eles 3,8 milhões de forma autônoma, assim tornando em conjunto, o maior ‘empregador’ do País.
Se formos só contar os trabalhadores autônomos, em termos de comparação, se eles tivessem reunidos em uma mesma folha de pagamento, ela seria 35 vezes mais longa do que a dos Correios, maior empresa estatal do Brasil em número de funcionários, com 109 mil servidores. Além disso, esses tipos de trabalhadores representam 17% dos 23,8 milhões de trabalhadores nessa condição, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre até fevereiro.
Além dos aplicativos de carona, as plataformas de entrega de produtos também ganharam espaço. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que 87% dos entregadores passaram a ganhar mais após usarem plataformas como iFood, Rappi e Uber Eats.
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Salomão Sousa de 57 anos, após quase três décadas trabalhando como gerente de vendas de imóveis, se viu sem saída: com sua principal fonte de renda prejudicada pela recessão, as comissões, que em alguns meses passavam de R$ 80 mil, sumiram. “A crise chegou sem avisar”, diz.
Sem pensar duas vezes, ele guardou o diploma de Direito e se tornou motorista do Cabify há dois anos e meio. “Não foi planejado, mas passei a adorar o trabalho. Todos os dias, saio de casa com uma meta de corridas a cumprir. Comecei usando o carro da minha mulher e, hoje, ela também trabalha no app.”, disse ele.