Estudo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) mostra que houve redução de 64% na poluição durante os primeiros meses da política de distanciamento social em Manaus (AM), anunciado no dia 16 de março de 2020 através do Decreto 42.061. Nesta quarta-feira (07), o monitoramento em tempo real de material particulado na atmosfera está em 20 micro g/m3, abaixo do limite estabelecido pelo Conama de 25 micro g/m3. Segundo o professor da UEA e pesquisador colaborador do INPA Rodrigo Souza, as chuvas têm interferência direta nas taxas de poluição. Quanto mais chuva, menor é o índice de gases poluentes.
O monitoramento contínuo diário das concentrações de partículas de poeira ocorreu no período de 01 de janeiro de 2020 a 17 de maio de 2020. O Atlas ODS Amazonas da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) mostra que esta significativa diminuição da poluição do ar está diretamente relacionada à redução do tráfego na cidade. Segundo o estudo, “esses resultados preliminares mostram que o isolamento e distanciamento social ao reduzirem a mobilidade e tráfego urbano diário, melhoraram significativamente a qualidade do ar na cidade”.
Reportagem do Portal “O Eco” mostra que as primeiras percepções positivas começaram pela China, país considerado o maior poluidor do mundo com intensa produção industrial baseada na queima de combustíveis fósseis. No entanto, a maioria das pessoas já voltou ao trabalho, aumentou a movimentação na capital e os níveis de impureza no ar com certeza aumentaram. Mas ainda é possível reduzir a poluição, principalmente dos veículos.
Algumas dicas são: comprar combustível de boa procedência, realizar a manutenção de forma correta, não forçar o motor sem necessidade, trocar óleo no tempo certo, calibrar os pneus, fazer a manutenção do filtro de combustível, velas, cabo de velas, por exemplo. Todas essas ações podem colaborar para a redução da emissão de gás carbônico ao meio ambiente.
E não é só o ar que fica prejudicado, a saúde da população também. A exposição ao material particulado fino causa aumento da mortalidade e morbidade respiratória e cardiovascular, asma e infecções respiratórias, conforme o Atlas ODS Amazonas. Estudos mencionados pelo documento indicam ainda que esse material também pode favorecer a disseminação do COVID-19, aumentando o potencial de contágio pelo vírus.
Reportagem: Ana Maria Reis