Você costuma dirigir seguindo o que o instrutor da auto escola ensinou ou aproveitando os macetes ensinados pelo pai e avô?
Dependendo da forma como o motorista dirige, algumas práticas podem reduzir a vida útil de componentes do veículo e causar gastos inesperados com reparos. E mais do que gastos, o condutor também pode colocar em risco a própria segurança e dos passageiros.
Confira cinco exemplos:
1 – Completar nível do radiador com água de torneira
Verificar o nível do sistema de arrefecimento do motor regularmente é um bom hábito, mas deve ser completado com combinação de água desmineralizada e aditivo.
Se você completar o nível com água da torneira pode danificar o veículo, porque forma resíduos indesejáveis, como o calcário. Com o passar do tempo provoca corrosão e até entupimento de tubulações, dutos internos e da bomba de água – além de diminuir a temperatura de ebulição. O aditivo faz justamente o contrário, evita a corrosão e o risco do motor “ferver”.
A quantidade do aditivo varia de acordo com o veículo, dá uma olhada no seu manual!
Vale destacar que nunca se deve abrir o reservatório, também conhecido como vaso de expansão, com o motor ainda quente – o líquido e os gases aquecidos e sob pressão podem causar queimaduras graves.
Após o motor esfriar, abra a tampa lentamente e com cuidado, pressionando-a levemente para baixo e girando-a no sentido anti-horário.
Se o motor superaquecer por falta de líquido, redobre os cuidados ao abrir a tampa e adicione a água desmineralizada e o aditivo lentamente e em pequenas quantidades – isso previne o choque térmico, capaz de trincar o bloco do motor.
Quanto ao nível, este deve estar entre as marcações máxima e mínima, presentes no reservatório.
2 – ‘Segurar’ o carro com a embreagem
Manter o carro parado em ladeira dosando o acelerador e o pedal de embreagem é uma prática bastante nociva (e difícil, diga-se de passagem), se feita com frequência.
Tecnicamente, há um escorregamento severo no contato do platô com o disco e isso provoca um desgaste bastante prematuro, reduzindo sensivelmente a vida útil desses componentes. O ideal é usar o freio de mão na subida antes de arrancar com o veículo.
3 – Dirigir na ‘banguela’
Colocar câmbio em ponto-morto na descida de serra não poupa combustível e traz risco de acidente, além de causar danos ao conjunto da transmissão.
Colocar o câmbio em neutro, na verdade, faz o carro gastar mais combustível do que se estivesse engrenado. O sistema de injeção é calibrado na fábrica para entrar em modo de baixo consumo assim que você tira o pé do acelerador, com o veículo engrenado. Isso faz com que o motor receba apenas a quantidade necessária de combustível para mantê-lo girando.
Especialmente em uma descida de serra, colocar o câmbio em neutro ou ponto-morto traz risco de acidentes porque, com as rodas de tração livres, você acaba sobrecarregando os freios, que podem superaquecer, perdendo a eficiência.
4 – Ignorar amaciamento do motor
Tem gente que compra carro zero-quilômetro e pensa que amaciar o motor é coisa do passado e já sai acelerando em altas rotações. Porém, muitas marcas ainda trazem no manual orientações para não abusar do pedal do acelerador durante os primeiros quilômetros de uso.
Assim, o motor não é tão exigido até que componentes internos se ajustem e ele atinja o nível ideal de operação – com aumento na performance e redução no consumo de combustível.
O manual do Renault Sandero 2020 traz essa recomendação: “até atingir os primeiros 1.000 km, não ultrapasse 130 km/h na troca de marcha mais elevada ou 3.000 a 3.500 rpm. No entanto, só após cerca de 3.000 km, seu veículo irá proporcionar todo seu desempenho”.
5 – Instalar de engate em veículo não autorizado
Muitos desconhecem, mas existem modelos de veículos que simplesmente não podem receber engate para uso de reboque ou “carretinha”. Pois essa informação pode ser conferida justamente no manual do proprietário.
Os novos Chevrolet Onix, Onix Plus e Tracker, por exemplo, enquadram-se nesse grupo.
O livreto que acompanha os três carros da General Motors não deixa dúvidas na seção que aborda o reboque de outro veículo. Ela traz um sinal de alerta acompanhado da palavra “perigo” e da seguinte frase: “este veículo não está apto a receber engate traseiro e, desta forma, tracionar reboques”.
Isso acontece porque esses carros não têm capacidade para tracionar outros veículos.
O Toyota Corolla da geração anterior, vendido até 2019 no País, também traz essa limitação.
Quando determinado automóvel é apto a receber engate, a carga máxima de tração consta do manual, bem como o local do chassi onde o equipamento deve ser instalado.
Fonte: Alessandro Reis, UOL