Todo mundo conhece a rotina longa nas estradas dos caminhoneiros do nosso país. Em uma rotina pesada e sem muito tempo pra paradas, muitas vezes eles não fazem refeições saudáveis.
Os Nutricionistas alertam para os riscos que a má qualidade da alimentação pode trazer para os caminhoneiros, que podem acabar sofrendo com doenças cardiovasculares, diabetes, colesterol alto e mau funcionamento do intestino.
“O ideal seria fazer refeições a cada três horas. A dieta não se baseia (apenas) nas refeições principais”, explica a nutricionista Pérola Ribaldo, especialista em gestão de qualidade e mestre em Ciências Médicas pela Universidade de Campinas (Unicamp). “Além disso, não adianta comer poucas vezes ao dia, nem a cada refeição servir grandes quantidades ou mais de uma vez”, complementa.
A preocupação é advertida pelo médico Kleber Torres. “Eles só procuram (atendimento médico) quando já estão com uma doença. Não buscam a prevenção, a orientação, para fazer uma tabela nutricional”, analisa.
Tem alguns caminhoneiros que até preparam a própria refeição, mas a maioria busca restaurantes de beira de estrada, principalmente em postos de gasolina, o que dificulta na hora de manter uma dieta balanceada. Nesses lugares, geralmente predominam os alimentos fritos, que dificultam a digestão. Se o caminhoneiro pega a estrada logo depois de se alimentar, o perigo está na sonolência que isso provoca. “Ocorre o que chamamos de sequestro sanguíneo. O estômago dilata e puxa o sangue do cérebro e das extremidades para auxiliar na digestão. Por isso a sonolência”, esclarece Torres.
Para Torres, as refeições devem atender às necessidades de proteína e carboidratos. Segundo o médico, Arroz e feijão é a combinação básica que lidera as indicações de médicos e nutricionistas para uma dieta saudável. “É importante também trocar carnes gordas por magras, dando preferência a carnes brancas”, afirma a nutricionista Eliane Cristóvão. Legumes e verduras podem ser ingeridos em grandes quantidades. Para os intervalos, beber sempre muita água para se hidratar, e ter sempre a mão frutas, barras de cereal e biscoitos integrais.
Deve se evitar embutidos como salsichão, salame, mortadela e linguiça, além de evitar altos consumos de sal. Outra dica é não exagerar no café. A nutricionista recomenda, no máximo, quatro xícaras por dia. Outro cuidado é com alimentos de fácil degradação. Pratos que tenham leite e ovo como ingredientes não devem ser ingeridos, pois a eventual má conservação pode favorecer o crescimento e proliferação de micro-organismos que podem provocar doenças.