Por Patrícia Lima
Uma aluna transgênero que não quis ser identificada denunciou ao Amazonas em Trânsito ter sofrido preconceito em relação ao seu gênero por parte de uma Clínica de exame psicotécnico, localizada no zona Centro-Sul de Manaus. O caso ocorreu durante exame para habilitação veicular.
Segundo ela, uma perita não aceitou tratá-la por seu nome social, causando constrangimento em público.
“Fui fazer o psicotécnico e apresentei a carteira social, mas ela disse que não queria, só a carteira de identidade que tivesse o nome que foi inscrito para a realização do exame. Então eu dei a carteira antiga, pois ainda não atualizei alguns documentos com o nome novo, porque agora que concluiu meu processo e tirei minha certidão de nascimento. Então entreguei as minhas identidades e ela preferiu ficar com a que tem o meu antigo nome”, disse.
A aluna relatou que o que mais lhe causou revolta foi que de todas as pessoas presentes ela não ficou com o RG de ninguém, somente com o dela, o que provocou sensação de mal-estar.
“Logo depois do teste, quando fui saindo da sala, perguntei se a perita já ia me entregar a carteira de identidade, ela respondeu que não, que era para eu aguardar lá fora. No final, as fichas com os nomes dos alunos foram entregues para outro funcionário, que acabou me chamando pelo nome antigo masculino”, contou.
A aluna se dirigiu para uma delegacia e fez um Boletim de Ocorrência.
O Amazonas em Trânsito entrou em contato com a empresa, que nos respondeu.
“Em nenhum momento a candidata apresentou uma identidade social na recepção a qual ela compareceu, a chamada dos candidatos é feita conforme a documentação apresentada ( protocolo do detran e documento com foto), o documento apresentado foi o seu rg no qual consta o nome de batismo. Ela apresentou e guardou o rg social apenas para a psicóloga, depois de ter feito a ficha de cadastro e o atendimento médico no qual já tinha sido chamada pelo nome de batismo e em nenhum momento ela fez alguma reclamação”, afirmou a clínica.
A empresa disse ainda que “ a mesma só fez a reclamação na hora que foi chamada para receber o resultado do seu exame, o atendente pediu desculpas e informou que não tinha como saber o nome social já que ela não apresentou a documentação na recepção“, finalizou, pedindo
desculpa pelo transtorno ocorrido.