A intenção consta de uma resolução aprovada pelo Parlamento Europeu. Eurodeputados apelam à Comissão para que a bicicleta passe a ser considerado “um meio de transporte completo” e reforce o investimento neste setor. Ideia é aumentar a competitividade da indústria europeia e reduzir a dependência da Ásia.
O Parlamento Europeu quer duplicar o número de quilómetros percorridos em bicicleta na Europa até 2030. A intenção consta de uma resolução aprovada esta terça-feira, onde os eurodeputados apelam à Comissão Europeia para que a bicicleta passe a ser considerado “um meio de transporte completo” e reforce o investimento neste setor.
Na resolução aprovada na comissão de transportes e turismo (com 38 votos a favor e 1 contra) e que terá ainda de ser debatida e votada em sessão plenária, os eurodeputados deram o primeiro passo para que pressionar a Comissão Europeia a avançar com uma estratégia conjunta sobre o uso de bicicletas como meio de transporte.
No documento redigido pela eurodeputada francesa Karima Delli, é referido que o uso da bicicleta “aumentou como resposta à pandemia da covid-19 e ao aumento do preço dos combustíveis fósseis”, pelo que os Estados-membros devem “fomentar a multimodalidade”, com a “criação de sinergias entre a bicicleta e outros modos de transporte”.
“[O Parlamento Europeu apela aos Estados-membros a adotarem] medidas concretas para integrar adequadamente a bicicleta nos seus quadros de mobilidade urbana, reconhecendo simultaneamente o seu potencial de contribuir para uma melhor conectividade entre as zonas suburbanas e os centros das cidades, nomeadamente através de autoestradas cicláveis”, pode ler-se no documento.
A ideia é criar “sinergias entre a bicicleta e outros modos de transporte” e, por isso, os eurodeputados apela à Comissão para que incentive os Estados-membros para que reforcem os investimentos na construção de infraestruturas de ciclismo e apoiem a produção de bicicletas e componentes “Made in Europe”, estimulando a competitividade da indústria europeia e reduzindo a dependência de equipamentos e componentes vindos da Ásia.
O Parlamento Europeu apela ainda a que os Estados-membros reduzam as taxas de IVA para o fornecimento, aluguer e reparação de bicicletas e bicicletas electrónicas – tal como Portugal já fez, deixando de fora “a mera transmissão de partes, peças ou acessórios” – e que 2024 seja designado Ano Europeu do Ciclismo.
Fonte: Trânsito Web