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De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a última semana de setembro (24 a 30) fechou com preço médio da gasolina no Brasil a R$ 5,80. Isso significa que o mês passado foi o que teve a maior média de preço do combustível em 2023: R$ 5,83. E foi justamente a gasolina o principal fator que fez o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subir 0,26% no mês, segundo o IBGE.
A inflação do mês de setembro foi 0,03 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,23% registrada em agosto. A a gasolina foi o subitem com a maior contribuição individual (0,14 p.p.) para o IPCA, com alta de 2,8% no mês.
“A gasolina é o subitem que possui maior peso no IPCA. Com essa alta, acaba contribuindo de maneira importante para o resultado do mês de setembro”, explica André Almeida, gerente do IPCA, à Agência IBGE.
No início do mês, entre 3 e 9 de setembro, o valor médio do litro da gasolina no Brasil foi de R$ 5,86. Nas três semanas seguintes as quantias até caíram, como mostra a tabela abaixo, mas não a ponto de ficar abaixo de R$ 5,80.
Preço médio da gasolina em setembro
Semana Preço médio
2 a 9 R$ 5,86
10 a 16 R$ 5,84
17 a 23 R$ 5,82
24 a 30 R$ 5,80
Média do mês R$ 5,83
Fonte: ANP
Vale lembrar que, desde o dia 16 de agosto, o consumidor está sentindo no bolso o aumento de R$ 0,41 do preço da gasolina aplicado pela Petrobras às distribuidoras, que elevou o valor do litro para R$ 2,93, ou 16,3% a mais do que os R$ 2,52 anteriores.
Agosto foi o mês que atingiu a maior média semanal do ano: R$ 5,88, de acordo com o ANP. Isso aconteceu entre 20 e 26, justamente na primeira semana após esse aumento da Petrobras.
Confira abaixo a disparada do preço em agosto, que terminou com média de R$ 5,69, e até então era o mês com o maior índice médio de 2023.
Preço médio da gasolina em agosto
Semana Preço
30 de julho a 5 de agosto R$ 5,52
6 a 12 R$ 5,54
13 a 19 R$ 5,65
20 a 26 R$ 5,88
27 a 2 de setembro R$ 5,87
Média do mês R$ 5,69
Fonte: ANP
O mês com a menor média no preço foi justamente em janeiro, que registrou R$ 5,02. Porém, os preços começaram a subir a partir do início de março com a volta dos impostos federais sobre a gasolina, que ficaram mais de um ano congelados.
O Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são os impostos federais, voltaram a ser cobrados a partir do dia 1º de março, como já era esperado. A partir de então, os tributos representaram R$ 0,35 no preço final do combustível nos postos, segundo a Petrobras, que não mostra o valor separado de cada imposto, mas sim a soma deles.
Na época, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, explicou que a reoneração do combustível seria parcial e dividida em duas partes para que o impacto nos postos não fosse tão forte.
Três meses após a volta parcial dos impostos federais, portanto no início de junho, o ICMS passou a ser único, com preço fixo de R$ 1,22 após um ano com teto de 18%. Isso aconteceu depois de os estados e do Distrito Federal reivindicarem a perda de receita com a redução do imposto. No período de teto, o imposto estadual ficava entre R$ 0,90 e pouco mais de R$ 1,00, em média.
Por sim, a segunda parte da reoneração de tributos federais aconteceu no dia 29 de junho. Agora, esses tributos federais representam R$ 0,69. Na soma com o ICMS temos R$ 1,91 do total do preço do litro do combustível.