Presidente da Abrauto cobra do governo federal manutenção das aulas teóricas nos CFCs
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A Presidente da Associação Brasileira das Autoescolas (ABRAUTO), Olga Cataria Zanoni, concedeu com exclusividade uma entrevista ao Portal TransitoWeb, para debater sobre a Associação e confirmar que durante a reunião realizada no último dia 08 de fevereiro, cobrou do governo federal a manutenção das aulas teóricas nos Centro de Formação de Condutores (CFCs).

Para a presidente, o fim das aulas é um ” retrocesso, pois o rumo da Formação de Condutores no Brasil mudará completamente com consequências catastróficas seja para os profissionais envolvidos na Formação, seja para a sociedade como um todo, pois seja como motorista, passageiro ou pedestre, somos todos usuários do trânsito,
explicamos”.

Segundo Olga, as aulas teóricas é o primeiro contato que um cidadão que vai tirar a habilitação no CFC, tem no que se refere à Educação para o Trânsito.

“Isso em razão da falta de Políticas Públicas que deveriam ser implementadas em cumprimento à Carta Magna que garante Educação e Segurança, normatizados pelo artigo 76 do Código de Trânsito Brasileiro que exige educação para o trânsito na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus. Desta forma, retirar o Curso Teórico obrigatório na formação do condutor na primeira Habilitação é inconstitucional e nega aos cidadãos o direito à Educação e
Segurança no Trânsito”, afirma Olga.

“Antes mesmo de aprender as técnicas para conduzir um veículo, se faz necessário que o candidato receba instruções, como regras de circulação, regras de conduta, sinalização e Legislação de trânsito, enfim tudo o que irá envolver sua relação com os demais usuários. Retirar a formação obrigatória trará consequências: a uma, quando chegar no momento de aprender a dirigir um veículo, o Instrutor prático, dentro do seu ambiente de trabalho (veículo e vias) não terá condições de ensinar toda a base teórica ministrada atualmente, com recursos como exposições, vídeos, jogos, simulados, dinâmicas em grupo, multimídia, livros didáticos etc. Ainda, ficará adstrito a mostrar apenas o que cerca o ambiente de aula, com sinalizações e vias específicas dentro da região em que
ministra suas aulas. Além disso, a cognição humana não permitirá que o aluno compreenda com qualidade o ato complexo de dirigir (domínio dos pedais, marchas, sinalizações) ao mesmo tempo que é ensinado sobre infrações, sistema nacional de trânsito, direitos de defesa em caso de processos de suspensão do direito de dirigir etc.; a duas, este futuro motorista estará fadado a se deparar com situações que não saberá como agir, pois não recebeu instruções, colocando a si e os demais usuários da via em risco”, continua durante entrevista ao Portal TransitoWeb.

A presidente da Abrauto compara a retirada da habilitação com o manuseio da arma de fogo. Ela diz que se para manusear uma arma de fogo é exigido Curso Teórico, Treinamento Prático e Exames, então, para conduzir um veículo, em certa medida devido à sua complexidade, também pode ser classificado como tal, logo, não pode dispensar o Curso Teórico, Treinamento e Exames.

“Aliás, é possível dizer que a complexidade é tamanha que é muito mais difícil aprender a dirigir do que
aprender a atirar”, complementa.

Zanoni finaliza alertando as autoridades que para dirigir exige do condutor uma série de ações simultâneas, como atenção, visão e audição perfeitas, além de que o condutor precisa identificar a sinalização de trânsito de forma rápida e sem qualquer dúvida, que tenha internalizado todas as regras de circulação. Ela lembra, que os motoristas precisam prestar atenção nas condições adversas daquele momento e que dirija defensivamente e simultaneamente a isso, exigindo a utilização dos membros superiores e inferiores de forma coordenada, rápida e sem qualquer dificuldade.

“Sem dúvidas que isso é complexo e sem o Curso Teórico que permite ao aluno a internalização das informações, irá prejudicar sobremaneira tanto o aprendizado prático, quanto sua conduta de motorista”, finaliza.

Fonte: Trânsito Web

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