Número de mulheres motociclistas cresce 95% no Brasil
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Para Wal, a mulher precisa saber que é capaz de pilotar uma moto, independente da cilindrada.


Por Patrícia Lima


Cada vez mais as mulheres conquistam espaço e independência, e no trânsito não poderia ser diferente. Por isso, o motociclismo feminino já registra crescimento de mais de 95% em um período de quase dez anos.

O número de mulheres habilitadas a pilotar motocicletas cresceu 95,7% entre 2011 e 2020, segundo informações do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Em entrevista para o Amazonas em Trânsito, a nutricionista Magna Tereza de Freitas contou que o primeiro contato com a moto foi pela necessidade de se locomover ao trabalho, mas logo a relação com o motociclismo transformou-se em uma verdadeira paixão.

“Quando cheguei em Manaus em 2005 andava de ônibus e gastava 4 horas do meu dia no transporte coletivo, 2 horas para ir para o trabalho, e mais 2 horas para voltar para casa. Comecei com uma scooter 125CC porque precisava de um transporte para ir e voltar do trabalho e não tinha dinheiro para comprar carro. Como sempre gostei de rock, tendo um meio de transporte comecei a frequentar sedes de motoclubes e bares de motociclistas para ouvir rock. Com o sucesso profissional como nutricionista, comprei minha primeira Harley Davidson, uma Iron 883. Que depois vendi para comprar minha atual Harley Davidson, uma Sport Glide que é a que tenho agora”, disse.

Para ela, pegar boas estradas de moto é um grande prazer.
“A sensação de estar sobre duas rodas é a de liberdade, interação com a paisagem, concentração e atenção plena na pilotagem”, afirmou.

No último sábado ocorreu o 1º Passeio de Moto pela Segurança no Trânsito de Manaus até Iranduba, Magna esteve participando e seu pai a prestigiou. Para ela, esses momentos envolvendo o motociclismo são valiosos.

Wal de Oliveira, fundadora do “As Amazonas MC”, primeiro motoclube feminino em Manaus, nos contou a sua história com o motociclismo, que iniciou ainda na adolescência.

“Ganhei minha primeira moto em um concurso em Borba. Era uma átala 50. Eu era bem jovem e conversei com os meus pais que queria vir para Manaus e com a moto seria melhor ainda para me locomover, sem precisar andar de ônibus, porque eu tinha muito medo de andar de ônibus.
Em Manaus, comecei a ir trabalhar e ir pra escola com a minha moto. Fiquei com essa moto até 2003. Depois me casei, formei família e aí me afastei desse mundo. Mas a vontade de andar de moto nunca foi embora. Eu voltei a pilotar com a minha segunda moto, que foi uma XRE 300 que ganhei do meu pai e rodamos muito juntos nessa moto antes dele falecer. Depois vendi em 2018 e já comprei outra, uma 750, minha moto atual. Vou para vários lugares com ela, seja onde for. Me serve muito. E pretendo ter uma outra moto, talvez mais potente ainda”, disse.

Wal também falou que incentiva muitas mulheres a deixarem de ser garupa e a passarem a ser piloto. “ Eu busco inventivá-las bastante. Há muitas vantagens em pilotar uma moto, é um veículo ágil. Não é atoa que tem crescido o número de mulheres de motos, espero que essa estatística aumente mais.
A mulher precisa saber que ela é capaz, independente da cilindrada”, expressou.

Em dezembro deste ano, Wal completa 50 anos e diz querer continuar andando de moto. “Moto é uma verdadeira terapia. Você espairece. Você tem um momento a sós com Deus, ali no silêncio do teu capacete você conversa com Ele. É uma experiência maravilhosa e quero sim que outras mulheres tenham essa experiência também”, disse.

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